À espera do eSocial, pequenas e médias arrumam a casa

À espera do eSocial, pequenas e médias arrumam a casa

 

Empresas de menor porte reveem processos e melhoram qualidade dos cadastros para se adaptar ao programa governamental

As pequenas e médias empresas serão as mais impactadas pela chegada do eSocial. Como contam com departamentos de Recursos Humanos enxutos e são muito dependentes do trabalho de seus contadores, as organizações de menor porte terão um caminho mais longo a percorrer.

Segundo especialistas, por conta desse maior grau de dificuldade, já é preciso colocar a mão na massa. As empresas têm de arrumar a casa para se adaptar. Na prática, isso significa melhorar a qualidade dos cadastros dos atuais funcionários e também daqueles trabalhadores que serão contratados.

Trata-se de um passo fundamental para cumprir o programa governamental, que torna automática e padronizada a transmissão de informações trabalhistas e previdenciárias.

“Sabemos que no momento de transição para o eSocial a carga de trabalho dos contadores irá aumentar bastante, mas ele não poderá fazer tudo sozinho. As empresas menores precisam melhorar os processos internos para produzir um fluxo de informações que tenha maior organização e consistência”, alerta Wilson Gimenez Júnior, vice-presidente Administrativo do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo (Sescon-Sp).

Quando estiver em vigor, o eSocial impedirá, por exemplo, que um funcionário comece a trabalhar numa empresa antes de ter sua contratação e registro formalizados com documentos.

“Essa prática, embora sempre tenha sido vedada pela CLT, infelizmente era usada por empresas menores. O funcionário assinava um papel com uma data retroativa depois e pronto. Como com o eSocial o registro passa a ser digital, esse expediente vai acabar de vez”, comenta Gimenez.

 

  Alta rotatividade

Empresas que atuam em setores com alta rotatividade de mão de obra também começam a se mexer para dar conta dos desafios trazidos à tona pelo eSocial.

“Já alertamos nossos clientes das áreas de comércio, indústria e mão de obra temporária sobre a necessidade de sanear cadastros para eliminar erros ou inconsistências. O eSocial altera a dinâmica de comunicação das contratações e faz com que as empresas precisem manter contato mais frequente com seu contador. Só assim a transmissão de dados acontecerá da forma correta”, explica Silvinei Toffanin, diretor da Direto Contabilidade, Gestão e Consultoria.

 

Luciano Feltrin

Jornalista especializado em finanças, negócios e contabilidade. Foi repórter dos jornais Gazeta Mercantil, Diário Comércio e Indústria (DCI), Diário do Grande ABC, além de repórter especial e editor do jornal Brasil Econômico. Atualmente, trabalha como repórter freelancer e dá aulas de jornalismo econômico na Pontifícia Universidade Católica (PUC).

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